Grande Entrevista com Dicla Burity: “O maior desafio de todos foi ter que escolher entre o curso de Engenharia Informática e fazer televisão como atriz”
Dicla Burity é apresentadora, atriz e comunicadora. Cedeu uma entrevista exclusiva à revista Pitxos e Pitxas Lifestyle, onde abordou assuntos relacionados ao início da sua carreira, um pouco do lado pessoal e abordou o seu programa “Mbora Dividir?” na antena DSTV.
Acompanhe a entrevista com a dona de uma voz que inspira e transforma:
PeP– Onde e quando nasceu Dicla Burity?
DB – Nasci em Luanda, Angola, num belo ano de 1980.
PeP– Quem foram as maiores influências na sua vida pessoal e profissional?
DB – A história tradicional da minha família sempre me fascinou, seja na arte, literatura ou política. O meu avô, antigo comendador de Angola em Portugal, foi de certeza uma grande referência para mim. Cresci a ver novelas brasileiras e mexicanas, e atrizes como Gloria Pires e Regina Duarte serviram de inspiração para as brincadeiras em casa e, mais tarde, personagens nas novelas, onde comecei há 25 anos.
PeP – Qual é o papel da fé ou espiritualidade na sua vida?
DB – Gosto de dizer que sou mais do que a minha identidade, o nome que me foi atribuído ou o que conquistei. Afirmo que sou um ser espiritual num corpo físico a viver uma experiência terrena. Para mim, espiritualidade é esta noção de que somos energia em essência e estamos conectados a tudo o que existe neste universo. Somos parte da natureza. Manter esta conexão com o divino, seja na meditação, respiração, oração, visualização ou mesmo contemplação, é fundamental para mim.
PeP– Quando e como começou a carreira na televisão?
DB – Comecei como atriz quando fui escolhida para protagonizar, primeiro, a minissérie “Vidas Ocultas” escrita por Pepetela e, depois, a primeira telenovela angolana produzida pela televisão pública de Angola e realizada pelo brasileiro Reynaldo Boury. Seguiram-se a rádio, como locutora de um programa da tarde que se chamava “Geração Viva” na RNA, e depois a televisão, agora como apresentadora do programa juvenil “Jovemania”. Seguiram-se muitas outras produções de ficção e também muitos outros programas de TV.
PeP – Quais os maiores desafios que enfrentou no início da carreira?
DB – O maior desafio de todos foi ter que escolher entre o meu curso de Engenharia Informática e fazer televisão como atriz. Escolhi a TV, para desgosto na altura dos meus pais, que sonhavam com uma filha engenheira, já que também já tinha desistido da Medicina antes. Foi uma decisão difícil, mas das mais importantes que tomei na vida. Na altura foi um choque para a família e hoje é um orgulho.
PeP – Como descreve a sua evolução profissional ao longo dos anos?
DB – Ui!!! Que caminho bonito tenho percorrido. Custa-me acreditar que já se passaram tantos anos, que já cresci e tanto aprendi. Tive o privilégio de trabalhar com as melhores equipas deste mundo, aprender com mestres como se faz TV em formatos internacionais como o famoso “Big Brother Angola”, que apresentei por três edições, o programa “A Tua Cara Não Me é Estranha” e o lindo formato “Mbora Dividir?” que tenho feito com muito gosto.
PeP – Pode-nos falar sobre alguns dos seus projetos mais memoráveis na televisão?
DB – Obviamente, a primeira novela de Angola tem o meu coração. As pessoas continuam a chamar-me pelo nome da personagem que me apresentou ao grande público, “Celina”. Serei eternamente a Celina do João Jorge, como dizem. Estou na memória coletiva dos angolanos desta forma, então claro que “Reviravolta” é o primeiro deles. “Domingo à Mwangolé” foi um programa de entretenimento familiar que fiz aos domingos na TPA. Tive a oportunidade de escrever a maior parte das rubricas e assinar pelo conteúdo, para além de apresentar. Um rico programa de diversidade e inclusão, com rubricas vibrantes e educativas que adorei fazer. Já falei do “Big Brother Angola”, um grande formato internacional produzido pela grande Endemol. Cresci imenso nesta experiência memorável, o nosso primeiro reality show. O “M’bora Dividir?” que me apresentou às ruas e aos meus fãs, deu-me a oportunidade de viajar por Angola e conhecer mais do que temos, aprender com o concurso e receber amor, com uma equipa fantástica que há cinco temporadas alegra a minha vida. Já somos uma família e o público adora.
PeP– Como surgiu a ideia do programa “Mbora Dividir?” E qual foi o seu papel no desenvolvimento do conceito?
DB – O “Mbora Dividir?” é um conceito que veio mudar a forma como víamos programas de TV ou concursos, fora da caixa da televisão literalmente. Um programa que traz cultura geral, ciência, história e mostra o melhor de Angola e dos angolanos enquanto incentiva o turismo. O meu papel dentro deste lindo conceito é levar esperança e alegria aos concorrentes, dar-lhes um palco para mostrar os seus talentos e conduzi-los pelo concurso aos prémios. Há concorrentes que voltam a estudar, outros fazem formações, pagam a escola ou até mesmo começam a empreender. Acho espetacular este aspecto social do programa.
PeP – Pode-nos falar sobre a recepção do programa nas diferentes províncias? Houve alguma diferença notável na participação e envolvimento do público?
DB – Viajar por Angola de carro e de avião é uma experiência única, assim como é mergulhar nas diferentes culturas. E sim, encontramos de tudo um pouco: línguas nacionais, sotaques diferentes, povos mais extrovertidos e povos mais introvertidos. Fora da capital, o “Mbora Dividir?” é conhecido por todos e celebrado nas ruas.
PeP – Como concilia a apresentação deste programa com outros compromissos profissionais e pessoais?
DB – Fazendo uma grande ginástica. Tenho conseguido ficar entre o programa, a família e os outros projetos. Custa-me estar longe do meu marido e dos meus filhos, mas também aproveito algum tempo só para mim entre as gravações. O meu núcleo de apoio tem sido importantíssimo: o meu marido, os meus pais, os meus sogros, ajudam-me a manter este equilíbrio. O poder do amor e da família.
PeP– Para este ano de 2024, quais as novidades que teremos da Dicla Burity?
DB – Vem aí muita coisa boa. Para além desta nova temporada que está linda e convidativa, mais projetos na comunicação e nas artes. Mas, por agora, todas as atenções ao canal STAR Mundo e Mbora Dividir?!
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