A cafeína, uma substância pertencente ao grupo das xantinas, é conhecida pelos seus efeitos estimulantes no sistema nervoso central. Presente em diversas plantas, como café, chá, chocolate, guaraná e bebidas energéticas, a cafeína aumenta a energia, melhora o alerta e reduz a fadiga ao bloquear temporariamente a ação da adenosina no cérebro, um neurotransmissor com efeito calmante.
Além dos benefícios conhecidos, como melhoria da função hepática, ação antioxidante e prevenção de doenças neurodegenerativas, é essencial compreender as diferentes reações ao consumo de café para otimizar seus benefícios.
Algumas pessoas podem sentir ansiedade ou dificuldades para dormir, enquanto outras não experimentam estímulos. Essas variações podem estar relacionadas a polimorfismos genéticos, alterações nos genes que codificam enzimas de metabolização da cafeína ou da adenosina.
Indivíduos com polimorfismo no gene CYP1A2 podem metabolizar a cafeína mais lentamente ou rapidamente, influenciando seus efeitos. Já aqueles com polimorfismo no gene ADORA2A, relacionado à adenosina, podem ser menos afetados pela cafeína em termos de aumento de energia.
Para quem metaboliza lentamente, sugere-se consumo moderado, preferencialmente após 1h30m do despertar. Adicionar cardamomo e noz-moscada ao café da manhã pode facilitar a digestão. Evitar o consumo antes de atividades aeróbicas minimiza efeitos cardíacos e ansiedade.
Indivíduos que sentem efeitos imediatos ou não reagem à cafeína devem manter um consumo moderado para preservar a qualidade do sono. O controle consciente do consumo, especialmente antes de atividades cognitivas ou físicas intensas, é benéfico em ambas as situações.
Scheila Pagés, Nutricionista.
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